Centro Cultural FIESP

Renato vive em São Paulo desde jovem, onde cursa Direito e, em 1960, integra o movimento "A Oficina", um grupo amador ligado ao Centro Acadêmico 11 de Agosto. Estreia profissionalmente em 1958, no Rio de Janeiro, na peça Chá e Simpatia, de Robert Anderson, sob direção de Sergio Cardoso. Em 1959, participa de A Incubadeira, de José Celso Martinez Corrêa, e A Engrenagem, de Jean-Paul Sartre, consolidando sua parceria com o Teatro Oficina. Em 1961, torna-se sócio do grupo e inicia uma trajetória de grandes sucessos, destacando-se em peças como Pequenos Burgueses (1963), que lhe rende o Prêmio Molière, e Andorra (1964), de Max Frisch.  

Sua consagração definitiva ocorre em 1967, ao interpretar Abelardo I em O Rei da Vela, texto de Oswald de Andrade adaptado por José Celso Martinez Corrêa, que se torna um marco do Tropicalismo. Outros papéis notáveis incluem o Papa em Galileu Galilei (1968), Na Selva das Cidades (1969) e Gracias, Señor (1972), este último enfrentando desafios impostos pela censura da ditadura militar.  

Em 1975, Borghi funda o Teatro Vivo com Esther Góes e se consolida como dramaturgo com obras como Lobo de Ray-Ban (1987), vencedora de diversos prêmios, e Decifra-me ou Devoro-te (1989). Durante as décadas seguintes, continua a atuar em peças icônicas, como Édipo Rei (1982), Tio Vânia (1998) e Jardim das Cerejeiras (2000), além de colaborar em projetos como a Mostra de Dramaturgia Contemporânea do Teatro Popular do SESI em Três Cigarros e A Última Lasanha (2002). 

Renato Borghi é reconhecido por sua dedicação em trazer temas relevantes ao palco e por sua habilidade de dialogar com a realidade brasileira em todas as épocas. Sua trajetória deixa um legado inestimável para o teatro nacional e para a cultura brasileira como um todo.