Centro Cultural FIESP

Sua carreira começou na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, onde dirigiu O Coronel dos Coronéis (1981), de Maurício Segall (1926-2017), e o musical Lola Moreno (1982), de Bráulio Pedroso (1931-1990), Geraldo Carneiro (1952) e John Neschling (1947). Em 1983, tornou-se assistente de Antunes Filho (1929-2019) no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), colaborando em montagens como Macunaíma, Nelson 2 Rodrigues e Romeu e Julieta. 

No CPT, Ulysses Cruz dirigiu, em 1985, com o grupo Boi Voador, a elogiada adaptação de Velhos Marinheiros, baseada na obra de Jorge Amado (1912-2001). Após se desligar do CPT, o grupo ganhou independência e apresentou, em 1986, uma versão inovadora de O Despertar da Primavera, de Frank Wedekind (1864-1918). No mesmo período, Ulysses também criou enredos e desfiles para a Escola de Samba Vai-Vai.

A partir de 1988, Ulysses ampliou seu repertório, encenando Fragmentos de um Discurso Amoroso, livremente inspirado em Roland Barthes, e Corpo de Baile, baseado em Guimarães Rosa. Também dirigiu montagens como A Cerimônia do Adeus, de Mauro Rasi, e uma versão ousada de Henrique IV, de Luigi Pirandello, em Portugal. Em parceria com o grupo Delta de Londrina, apresentou Erêndira, adaptação de Gabriel García Márquez.

Nos anos 1990, dirigiu produções marcantes, como Encontrarse (1989), com Renata Sorrah (1947), e A Secreta Obscenidade de Cada Dia (1990), com Antônio Abujamra. Montou ainda Pantaleão e as Visitadoras (1990), de Mario Vargas Llosa, e El Señor Presidente (1992), de Miguel Ángel Asturias. Destacam-se também suas montagens de Shakespeare, como Macbeth (1992), Péricles, Príncipe de Tiro (1995), Rei Lear (1996) e Hamlet (1997).

Reconhecido por seu espírito experimental e por trabalhar tanto com jovens elencos quanto com atores consagrados, Ulysses é considerado um dos encenadores mais influentes de sua geração. Sua carreira sólida inclui incursões no Teatro do Sesi São Paulo, TV Globo e diversos prêmios que atestam sua relevância no teatro brasileiro.